TEMPO INVENTADO

Um dia fazendo andanças
Num tempo inventado
Vi muitas mudanças
E num átimo determinado
A eternidade saudosa
Escreveu em alento
Uma desconhecida prosa
Para a primavera do tempo
Que por amor morria-se
Mas nunca se matava
No entanto,
Depois da morte
Como por encanto,
A amada passou perto
E o sangue num corte
Deixou-me surpreso
Com o coração incerto
Pequeno e preso
A fala entrecortada
A respiração ofegante
E a coragem mal fadada
Deixou-me pouco elegante
Baixei a cabeça pesada
E contive o coração
Que se tornara pequeno
Para tanta emoção
A amada foi veneno
Houve clarão na visão
Depois,
Foi só noite e sereno
.